Vereadoras vão à Corregedoria da Câmara de SP após ofensas: 'bandejão da municipalidade', 'sempre mostrando os peitinhos'
As vereadoras Zoe Martínez (PL) e Amanda Vettorazzo (União Brasil) brigaram nas redes sociais Montagem/g1/Richard Lourenço/Rede Câmara As vereadoras Amanda ...

As vereadoras Zoe Martínez (PL) e Amanda Vettorazzo (União Brasil) brigaram nas redes sociais Montagem/g1/Richard Lourenço/Rede Câmara As vereadoras Amanda Vettorazzo (União), ligada ao MBL, e a cubana Zoe Martínez (PL) protocolaram na última sexta-feira (19) representações uma contra a outra na Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo, após uma discussão nas redes sociais que acabou em troca de ofensas. O motivo da briga foi a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados, que dificulta a abertura de ações penais contra deputados e senadores no país. Na quarta-feira (17), Vettorazzo publicou uma crítica nas redes sociais contra parlamentares de direita que votaram a favor da PEC. Na postagem, ela afirmou: “Graças aos bolsonaristas e ao centrão, a partir de agora deputados e senadores só serão investigados ou processados no STF com aval prévio da Câmara ou do Senado”. E completou: “O bolsonarismo deu imunidade eterna ao centrão”. A publicação foi rebatida por Zoe Martínez, que iniciou uma série de críticas, chamando Amanda Vettorazzo de "bandejão da municipalidade" e dizendo que ela fazia parte do "movimento Bumbum Livre" — uma alusão ao Movimento Brasil Livre (MBL), que apoiava o bolsonarismo, mas rompeu com o grupo nas eleições de 2022. Ao responder à ex-colega da direita, Vettorazzo chamou Zoe de "forasteira", o que foi interpretado por Martínez como xenofobia, devido à sua origem cubana. Zoe também publicou vídeos em que Amanda Vettorazzo aparece criticando o fato de a parlamentar bolsonarista ter nascido em Cuba. Em um dos vídeos, Vettorazzo diz que Martínez deveria voltar para seu país de origem: "Pena que o Gugu não está vivo, porque deveria ter aquele quadro 'De volta para sua terra', porque essa cubana deveria voltar lá para a terra dela", afirmou. Postagem das vereadoras que Amanda Vettorazzo (União Brasil), ligada ao MBL, e a cubana Zoe Martínez (PL) Reprodução/Redes Sociais Martínez respondeu nas redes sociais: “Ser forasteira nunca foi uma opção. Foi a única forma de resistir, de proteger a mim e aos meus. Cada passo que dei fora da minha terra foi marcado pela necessidade de sobreviver, não pelo luxo de escolher. (...) O preconceito contra um é a afronta contra todos. Amanda Vettorazzo é uma vereadora que não gosta de imigrantes!”. Em outra publicação, Zoe fez uma provocação adicional, dizendo que Vettorazzo “vive mostrando os peitinhos e de vestidinho curtinho hahaha cada um se vira como pode”. Na representação apresentada à Corregedoria, Amanda Vettorazzo afirma que Zoe Martínez a acusou de “ter comportamento promíscuo, obsceno e despudorado”. “Os insultos têm caráter libidinoso e referem-se aos órgãos sexuais, buscando diminuí-la, profanar, desonrar, manchar e macular sua dignidade como mulher e parlamentar”, escreveu Vettorazzo. Martínez respondeu com outra representação, alegando que foi ofendida diretamente, rebaixada por sua nacionalidade e teve sua dignidade como mulher e parlamentar atacada. Questionada, a Câmara dos Vereadores ainda não informou quais os próximos passos agora. O que dizem Martínez também afirmou, em nota à reportagem, que se sentiu ofendida por sua condição de imigrante: “O engraçado é que essa turma [do MBL] adora puxar briga para aparecer. Mas quando não sustenta o debate, apela para o pessoal. Usar essa história para me atacar é xenofobia, é baixo e incompatível com a dignidade de qualquer mandato. Atacar minha origem é atacar não apenas a mim, mas também os mais de 350 mil imigrantes que vivem hoje em São Paulo — cidadãos que vieram para cá em busca de dignidade e liberdade”, escreveu. Procurada pela reportagem, Vettorazzo rebateu, dizendo que “o histórico da vereadora Zoe Martínez, em apenas nove meses de mandato, é marcado por discussões e ofensas contra colegas”. “O padrão parece ser o de uma pessoa desequilibrada: palavras de baixo calão e ataques com conotação sexual. Já foi assim com a vereadora Janaína, com a vereadora Cris Monteiro, e agora contra mim”, afirmou. “Os ataques da vereadora Zoe aconteceram durante suas agendas em Nova York, mas ela aparentemente encontrou bastante tempo para me ofender. Eu, por outro lado, passei seis horas em plenário me dedicando à aprovação do PL Anti-Oruam, que entrou em discussão no mesmo dia”, completou. Histórico Janaína e Zoe Martinez batem boca na Câmara de SP por causa de requerimento para NY No mês passado, Zoe Martínez já tinha protagonizado um barraco público contra a vereadora Janaína Paschoal (PP), no plenário da Câmara Municipal, em razão de uma viagem de Martínez e outros vereadores à Nova York, que seria paga com dinheiro público. Janaína Paschoal foi contra a viagem de Zoe, dizendo que ela queria "passear em Nova York com o dinheiro do povo": "Toma vergonha na sua cara. Toma vergonha", disse Janaína ao microfone. Martínez rebateu a colega: “Você tem que aprender a fazer política. Você trata a gente como um monte de burros. Acha que a única jurista aqui é você”, declarou. Após o bate-boca, o requerimento de viagem aos Estados Unidos foi tirado da pauta. Mas Zoe Martínez e Rubinho Nunes (União Brasil) viajaram mesmo assim, pagando os custos com dinheiro próprio.