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Pesquisa encontra mais microplástico em caranguejos do que em lama de manguezal no litoral de SP; entenda

Estudo identificou microplástico em caranguejos coletados da região do Portinho, em Praia Grande (SP) Laboratório de Aquicultura Sustentável/Unesp/CLP Um es...

Pesquisa encontra mais microplástico em caranguejos do que em lama de manguezal no litoral de SP; entenda
Pesquisa encontra mais microplástico em caranguejos do que em lama de manguezal no litoral de SP; entenda (Foto: Reprodução)

Estudo identificou microplástico em caranguejos coletados da região do Portinho, em Praia Grande (SP) Laboratório de Aquicultura Sustentável/Unesp/CLP Um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) identificou a presença de até 1.200% mais microplásticos nos corpos de caranguejos do que na lama do manguezal da região do Portinho, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo a pesquisa, os resíduos colocam em risco não só os animais, que passam a respirar menos, mas também a população que os consome. Ao g1, a cientista e professora Alessandra Augusto informou que o resultado do estudo chama atenção para a necessidade de conscientização sobre o descarte irregular, pois foram encontrados microplásticos em todas as amostras analisadas: sedimento (lama), água e corpo dos caranguejos. “Ver plástico na praia é algo comum para a população, mas o que não imaginam é que no corpo dos animais marinhos eles vão bioacumulando”, afirmou a professora e orientadora do estudo, que serviu como tese de mestrado defendida no mês passado. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Alessandra explicou que é chamado de bioacumulação o processo em que os animais armazenam resíduos em várias regiões do corpo, como músculo, sangue e órgãos. Essa dinâmica, segundo a profissional, afeta até o ser humano. “Quando alguém come esses caranguejos, come microplástico também. Chegamos a encontrar uma média de 175 microplásticos no corpo da espécie de caranguejo que fica em tocas: isso é 13 vezes mais do que a quantidade de plástico encontrada no meio ambiente”, argumentou. Análise Segundo Alessandra, o laboratório da Unesp do litoral paulista vinha pesquisando os efeitos de poluentes, como microplásticos e metais, na biodiversidade marinha e saúde da população na Baixada Santista, que é muito urbanizada, possui indústrias e também o maior porto do país. Estudo analisou as espécies Aratus pisonii (1ª imagem), Goniopsis cruentata (2ª imagem) e Minuca rapax (3ª imagem) Laboratório de Aquicultura Sustentável/Unesp/CLP Dessa forma, o estudo surgiu para entender a dimensão da contaminação da região. Além da água e do sedimento (lama) do manguezal do Portinho, foram analisadas três espécies de caranguejo (Goniopsis cruentata, Aratus pisonii e Minuca rapax). “Escolhemos estudar espécies de caranguejos que ficam em tocas de areia e sedimento, submersos durante a maré alta e caranguejos que ficam fora da água, por exemplo, nas árvores”, explicou a cientista. De acordo com ela, após a coleta, os animais foram estudados em laboratório para verificar como podem ter a biologia afetada pelos microplásticos. “Vimos que eles respiram menos”, lamentou Alessandra, informando que os experimentos duraram aproximadamente um ano e meio. Resultado Segundo Alessandra, as informações são inéditas na Baixada Santista porque relacionam a quantidade de microplásticos no meio ambiente com os resíduos nos corpos de animais. Estudos aconteceram no manguezal da região do Portinho, em Praia Grande (SP) Laboratório de Aquicultura Sustentável/Unesp/CLP Apesar disso, a cientista crê que ainda serão necessários outros estudos. “Estamos avaliando outros lugares da Baixada Santista e procurando entender melhor quais espécies bioacumulam mais microplásticos no corpo”, afirmou. Ela acrescentou que a equipe da Unesp está realizando uma série de trabalhos nas escolas e com a população em geral sobre a conscientização do descarte irregular de plásticos e a redução do uso de materiais descartáveis. Microplástico em camarões Neste ano, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) também divulgou um estudo sobre a presença de microplástico em camarões no litoral de São Paulo. O resultado, de acordo com uma divulgação preliminar, revelou que até 90% dos crustáceos coletados apresentaram os elementos poluentes no trato intestinal. As amostras começaram a ser coletadas em 2023 no mar próximo à Baixada Santista, onde há maior impacto das ações humanas, e em Cananéia, no litoral sul, que possui menor intervenção. O estudo foi conduzido por pesquisadores do campus de Bauru, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). G1 em 1 minuto - Santos: Microplásticos são encontrados em até 90% dos camarões no litoral VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

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