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Execução de ex-delegado: criminosos usaram como base casa com piscina e churrasqueira no litoral de SP

Casa de onde saiu fuzil usado em morte de ex-delegado é periciada A casa que teria sido utilizada como base dos criminosos que participaram da execução do ex...

Execução de ex-delegado: criminosos usaram como base casa com piscina e churrasqueira no litoral de SP
Execução de ex-delegado: criminosos usaram como base casa com piscina e churrasqueira no litoral de SP (Foto: Reprodução)

Casa de onde saiu fuzil usado em morte de ex-delegado é periciada A casa que teria sido utilizada como base dos criminosos que participaram da execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes em Praia Grande, no litoral de São Paulo, tinha piscina, churrasqueira e uma garrafa de gin (veja acima). O proprietário do imóvel, identificado como Willian Silva Marques, de 36 anos, é irmão de um policial militar e foi preso suspeito de envolvimento no crime. Ruy foi morto na noite do último dia 15, após cumprir expediente como secretário de Administração na Prefeitura de Praia Grande. Além de Willian, Dahesly Oliveira Pires, Luiz Henrique Santos Batista (Fofão) e Rafael Marcell Dias Simões (Jaguar) foram detidos suspeitos de participação no crime. Outros três investigados já foram identificados e estão foragidos: Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza e Luiz Antonio Rodrigues de Miranda (saiba quem são os suspeitos adiante). ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. A residência localizada na Rua Campos de Jordão, no bairro Jardim Imperador, fica a aproximadamente dez minutos do local do crime. A região fica próxima ao limite de Praia Grande com Mongaguá, onde há diversas casas de temporada. A casa de Willian tem a fachada totalmente fechada e teria sido usada como base e esconderijo dos criminosos, antes e depois da execução do ex-delegado. No local, a perícia encontrou 41 materiais genéticos, além de churrasqueira, piscina, bebidas alcoólicas e materiais de limpeza. Casa usada por grupo que assassinou ex-delegado Ruy Ferraz Fontes em Praia Grande, SP Marco Antônio/TV Tribuna Como a polícia chegou ao imóvel? O imóvel foi o primeiro a ser investigado por ter ligação com a quadrilha e a polícia chegou até o local após o depoimento de Dahesly — a única mulher suspeita de participação no crime até a última atualização desta reportagem. De acordo com o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a mulher saiu de Diadema, no ABC Paulista, para buscar um dos fuzis usados no assassinato de Ruy dentro do imóvel. A ordem teria sido dada por Luiz Antonio, mas os fuzis não foram localizados. Além do imóvel de Willian, uma segunda casa passou a ser investigada pela Polícia Civil sob suspeita de ter sido usada pelos criminosos. Várias impressões digitais estão sendo analisadas após serem coletadas na residência que fica em Mongaguá. Casa usada por grupo que assassinou ex-delegado Ruy Ferraz Fontes em Praia Grande, SP Marco Antônio/TV Tribuna Proprietário é preso Willian teve a prisão temporária decretada pela Justiça de São Paulo no sábado (20). O suspeito foi preso após se apresentar ao DHPP, em São Paulo, acompanhado de um advogado na madrugada deste domingo (21). Um dos materiais genéticos encontrados no imóvel era de um policial militar que é irmão do proprietário. No entanto, o agente prestou depoimento e não é considerado suspeito. Quem são os suspeitos Na parte de cima, os foragidos Luis Antonio Rodrigues de Miranda, Felipe Avelino da Silva e Flávio Henrique Ferreira de Souza. Na parte de baixo, os presos Rafael Marcell Dias Simões, Dahesly Oliveira Pires e Luiz Henrique Santos Batista Polícia Civil/Divulgação Felipe Avelino da Silva (foragido), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, de 33 anos, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime. Luiz Antonio Rodrigues de Miranda (foragido), de 43 anos, é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime. Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros. Willian Silva Marques (preso), de 36 anos, é proprietário da casa apontada como base dos criminosos em Praia Grande. Dahesly Oliveira Pires (presa), de 25 anos, foi detida na quinta-feira (18) por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil usado no crime na Baixada Santista. Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, de 38 anos, foi preso na sexta-feira (19) em São Vicente (SP), por ser suspeito de participar da logística da execução de Ruy Ferraz Fontes. Rafael Marcell Dias Simões (preso), conhecido como Jaguar, de 42 anos, foi preso na madrugada de sábado (20) após se entregar no DP Sede de São Vicente, por ser suspeito de participar do assassinato. Cronologia da execução: ação contra ex-delegado durou menos de 40 segundos Crime O assassinato de Ruy Ferraz Fontes ocorreu momentos após ele cumprir expediente na Prefeitura de Praia Grande como secretário de Administração. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Câmeras flagraram o momento em que três criminosos portando fuzis desembarcam de uma caminhonete, que estava logo atrás do carro de Ruy Ferraz, e atiram contra o ex-delegado (veja abaixo a cronologia do crime). Infográfico: criminosos fazem tocaia antes de iniciar ataque e perseguição ao delegado Arte/g1 Quem era Ruy Ferraz Fontes Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC). Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa. Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Ruy Ferraz Fontes Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo. Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias. Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

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